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Ele não é dono de uma beleza tradicional. Mas o conjunto da obra - uma pele morena ornada por traços fortes e másculos em 1,88m - transforma Domingos Montagner no mais novo queridinho da televisão. Em “Salve Jorge”, na pele do turco Zyah, o ator paulista de 50 anos vem disputando o posto de galã dominado por Rodrigo Lombardi, o Théo, na novela das nove. Talvez por modéstia ou por desprezar o título, Domingos não se considera tão bonitão. “Não sei dizer se sou bonito. Não carrego o título de sex symbol. Acompanho o que falam, mas não me animo com isso. Esse títulos são passageiros. Fico mais preso ao meu trabalho”, garante.

Domingos estreou tarde na televisão: aos 48 anos, no seriado "Força Tarefa". Desde o início da carreira, quando fazia o Circo Escola Picadeiro em São Paulo, ele se encantou pela vida circense. Em sociedade com o ator Fernando Sampaio formou a dupla de palhaços Agenor e Padoca e criou a companhia LaMínima. A pareceria deu tão certo que abriram o Circo Zanni. “Sou trapezista e gostamos de fazer nosso número de palhaço nas ruas. Encaro a minha ida para a televisão como um processo de aprendizado e ele não para nunca. Precisei me acostumar a rotinas intensas e aprender a lidar com essa diferença entre o circo e a TV”.

A rotina diferente de Montagner, que carrega nas veias sangue italiano e austríaco, começou desde “Força Tarefa”. De lá para cá, integrou o elenco de “A Cura”, “Divã”, “Cordel Encantado” e o papel principal como presidente do Brasil na minissérie “O Brado Retumbante”. “O que fazia antes não era próximo do trabalho da TV. Quando fui convidado para atuar na televisão, foi algo muito intenso. Fiz o teste, me chamaram para trabalhar e encaro até hoje como um novo conhecimento para a minha carreira. Ser calouro aos 50 é muito bom”, analisa o ator.

Com os convites para trabalhar nas produções da emissora carioca, Domingos precisou ter jogo de cintura para administrar o circo e a vida pessoal. O ator mora em Embu das Artes, uma cidade que abriga artistas de todas as áreas a 23km de São Paulo. Ele vive em uma casa cercada de mato com a mulher, a produtora de sua companhia, Luciana Lima. Juntos, têm três filhos: Leo, 9 anos, Antonio, 5, e Dante, 2. E, pelo jeito, os meninos vão seguir os passos do pai. “Os mais velhos fazem aula no meu circo. Sou muito ligado a minha família. Não gosto de badalar, não curto a noite e adoro ficar em casa com meus filhos. Me preocupo muito com as relações em torno de mim”, diz.